LIBRAS
Algumas Artes relacionadas a Língua Brasileira de Sinais.
Olá, estou com uma campanha no site de financiamento coletivo Kickante, uma História em Quadrinhos totalmente em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Segue o link para mais informações: https://www.kickante.com.br/campanhas/esperanca-historia-em-quadrinhos-em-libras
Vamos difundir a cultura surda.
Conto com a sua colaboração!
Algumas artes do livro!
CULTURA SURDA
Cultura Surda é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e modificá-lo, a fim de torná-lo acessível e habitável ajustando-os com suas percepções visuais, que contribuem para a definições da identidades surdas.
https://culturasurda.net - Ótimo Blog sobre a cultura surda
LIBRAS e as Artes:
Academy Awards, Marlee Matlin- Best
Actress Oscar®. 1986.
Billy Saga, Libracidio.
Foto Valeria Zoppello.2014.
Dorothy Frankel, Relashionship-Connection. Bronze 2004. Manhattan.
Danny Guinn,First light of
summer.fotografia.2015
Língua de Sinais em Histórias em Quadrinhos
MarvelComics. Escrita por Matt Fraction
e arte de David Aja, Hawkeye 07/2014.
- YoshitokiOoima,
Koe no Katachi- Shonem Magazine. 2013
Fundação Cultural de Curitiba, Lucas Ramon
Alves de Lima Maciel. 2016
Meus desenhos com o tema LIBRAS.
Olá, estou com uma campanha no site de financiamento coletivo Kickante, uma História em Quadrinhos totalmente em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Segue o link para mais informações: https://www.kickante.com.br/campanhas/esperanca-historia-em-quadrinhos-em-libras
Vamos difundir a cultura surda.
Conto com a sua colaboração!
Algumas artes do livro!
CULTURA SURDA
Cultura Surda é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e modificá-lo, a fim de torná-lo acessível e habitável ajustando-os com suas percepções visuais, que contribuem para a definições da identidades surdas.
https://culturasurda.net - Ótimo Blog sobre a cultura surda
LIBRAS e as Artes:
Pessoa
surda é aquela que tem certos graus de perda da audição, podendo ser de grau
leve até perda profunda, e comumente essas pessoas se utilizam de uma comunicação espaço-visual em
substituição da audição e da fala, e essa comunicação espaço-visual é conhecida
como Língua de Sinais. No Brasil a língua de sinais tem a nomenclatura de “Libras”,
que significa Língua Brasileira de Sinais, ou seja, ela é uma língua com gramática
e especificidades próprias, como uma língua oral, e está ligada a uma cultura;
e que é brasileira, com cada país tendo sua própria língua de sinais, e mesmo
dentro de cada país,encontramos sinais regionais, onde um sinal pode conter um
significado ou ser diferente de um Estado para outro.
A
língua brasileira de sinais é a língua oficial dos surdos brasileiros e obteve
seu reconhecimento por meio da Lei 10.436/2002 e reconhecida pelo Decreto
5626/2005, aprovada e sancionada pela organização politico-institucional
brasileira.
A
LIBRAS, nas últimas décadas, vem conquistando o seu devido reconhecimento no
cotidiano da nossa sociedade, principalmente no âmbito educacional, em
pesquisas sobre a língua de sinais ena inclusão e apropriação dos espaços da
cidade. Mas há ainda muito trabalho a ser feito e dúvidas a serem esclarecidas,
dúvidas que circulam pelo imaginário social; como por exemplo: todo surdo é
mudo? Língua de sinais são gestos e mimica? A surdez compromete o
desenvolvimento? Etc. A presente pesquisa não se propõe a sanar todas estas
questões, mas fornecera algumas indicações para leitura e materiais
complementares. A faceta aqui mostrada em relação a comunidade surda é a das
Arte Visuais, como a arte é usada para retratar seu modo de ver o mundo e como
as historias em quadrinhos podem ser uma ferramenta de exploração da cultura
surda.
Para
o desenvolvimento do presente trabalho foram utilizadas pesquisas
bibliográficas e de campo, além de estudo de caso. A pesquisa bibliográfica
baseou-se em publicações científicas da área da surdez, língua de sinais e arte
relacionada a cultura surda. O estudo de caso foi desenvolvido através de
pesquisa de campo em contato com a pessoa surda, se transformando com sua visão
em relação a sociedade.
No
primeiro capítulo será abordado a cultura surda e a arte, e suas produções no
Brasil e no mundo, e como ela transita em meio a comunidade ouvinte. E no
segundo capítulo o passo a passo de como produzi uma história em quadrinhos
utilizando como forma de narrativa a cultura surda, e quais as abordagens
necessárias para a adaptação.
A
imagem, concebida pela fotografia, por vídeos ou pinturas, por exemplo, pode
ser utilizada como uma poderosa ferramenta pedagógica e comunicacional. Ela
comunica a partir do momento em que é pensada, produzida, até quando é
contemplada por outras pessoas, ocasionando reações, reflexões e sentimentos
distintos. No caso de pessoas surdas, os estímulos visuais são ainda mais
importantes, pois são sua principal forma de comunicação com o mundo, já que seus
olhos fazem também o papel dos ouvidos. Além disso, a participação em
atividades culturais estimula a criatividade e o pensamento crítico,
contribuindo com o desenvolvimento de cada um. Com a criação de imagens e a
divulgação das mesmas, pessoas surdas assumem o papel de produtoras de bens
culturais. Elas passam, assim, a inserir seus discursos na sociedade, dando
visibilidade a temas que lhe são importantes, expondo suas ideias e concepções
de mundo. Por meio da arte, os surdos dialogam não só com os seus familiares e
pessoas próximas, mas também com a sociedade na qual estão inseridos. Isso toma
proporções ainda maiores com a internet, que ultrapassa qualquer fronteira
geográfica. Há, dessa forma, uma democratização da informação, através da
inserção do discurso de grupos que historicamente são excluídos dos meios
tradicionais de comunicação. Por isso, é de extrema importância a criação e
desenvolvimento de iniciativas que se utilizem da arte para garantir a inclusão
de pessoas com deficiência.
As
Artes são importantes ferramentas de aprendizagem desde a infância, posto que
ela desperta a sensibilidade estética e estimula a criatividade e a reflexão
dos estudantes, a partir de outro tipo de linguagem “a linguagem visual”, a
qual agrega valor à linguagem escrita, mais recorrente no âmbito escolar.
Karin
Strobel e Gladis Perlin, pesquisadoras surdas, ratificam esta compreensão do
contexto educacional do aluno surdo, afirmando a necessidade de um trabalho
construído a partir da visualidade para satisfazer as demandas envolvidas em
sua formação cultural: “O fato de que o surdo é um sujeito que produz cultura
baseada na experiência visual requer uma educação fundamentada nesta sua
diferença cultural” (STROBEL; PERLIN, 2006: 45).
A
expressão artística é uma linguagem da qual o surdo faz uso e isso não depende
necessariamente do sucesso de sua escolarização. Ana Mae Barbosa (2012a: 34)
afirma que “o canal da realização estética é inerente à natureza humana e não
conhece diferenças sociais”. Assim, nos tempos em que os direitos dos surdos
ainda eram pouco considerados por governantes, sociedade e pelos educadores,
aquelas pessoas já encontravam na arte um canal de expressão, sobretudo através
da imagem.
Cultura
surda é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e de modificá-lo
a fim de se torná-lo acessível e habitável ajustando-os com as suas percepções
visuais, que contribuem para a definição das identidades surdas e das
comunidades surdas.
[...] uma cultura é um conjunto de comportamentos apreendidos
de um grupo de pessoas que possuem sua própria língua, valores, regras de
comportamento e tradições; uma comunidade é um sistema social geral, no qual um
grupo de pessoas que vivem juntas compartilham metas comuns e partilham certas
responsabilidades umas com as outras. (STROBEL, 2008, p. 30-31)
Notadamente,
o processo de valorização da surdez enquanto cultura protagonizado pelos
próprios indivíduos surdos é marcado pela presença da arte, da criatividade e
da expressão de sua comunidade, que passou décadas lutando para manter-se.
Sejam
produzidas por surdos ou ouvintes, as Artes Surdas são um termômetro cultural
das comunidades surdas. A luta por direitos, experiências visuais, a língua de
sinais, a convivência com os ouvintes e as simbologias costumam ser temas das
obras.
A
crescente retomada do movimento surdo, com os surdos como protagonistas,
influenciando as escolhas que se referem a esta comunidade, com pesquisas sendo
desenvolvidas dentro da área de educação e linguística e surdos finalmente
reencontrando espaço no mercado de trabalho, perpassa pela reaproximação destes
com a arte. Sacks, sobre a importância do papel de artistas surdos na
construção e concretização desta “nova consciência” (2010: 123) a respeito do
papel da língua de sinais, descreve o nascimento do National Theater of the
Deaf: “Os artistas (lembra Pound) são as antenas da raça. E foram os artistas
os primeiros a sentir em si mesmos, e
anunciar o despertar dessa nova consciência. Assim, o primeiro movimento
derivado da obra de Stokoe não foi educacional nem político, nem social, mas
artístico. O Teatro Nacional dos Surdos (National Theater of the Deaf – NTD)
foi fundado em 1967, apenas dois anos depois da publicação de Dictionary. Mas
foi só em 1973, seis anos mais tarde, que o NTD encomendou, e encenou, uma peça
na verdadeira língua de sinais; até então, suas produções haviam meras
transliterações, no inglês em sinais, de peças inglesas” (SACKS, 2010: 123).
Vemos
como arte e língua sinalizada encontraram uma na outra potência para formarem
marcadores da cultura surda. Completando-se mutuamente, ofereceram elementos
com quais os surdos pudessem se identificar enquanto comunidade, conferindo uma
função política à arte e à cultura. Assim, não se considera a existência de uma
arte surda até que uma língua surda circule dentro de uma comunidade surda.
Porém, enquanto a língua de sinais está se fortalecendo e ganhando espaço, a
arte se torna um importante canal de divulgação e afirmação desta língua em
seus diversos usos. Neste espírito, o NTD levou seus trabalhos ao redor do
mundo, inspirando os espectadores artística, cultural e politicamente (SACKS,
2010).
Academy Awards, Marlee Matlin- Best
Actress Oscar®. 1986.
No
processo histórico cultural quem vem se construindo surgindo mais produções de
filmes, sejam longas ou curtas metragens, com o tema da cultura surda, através
de festivais e em circuitos, levando ao grande público a língua de sinais, como
ocorreu em 1986 com o filme “Filhos do Silencio” (Childrenof a LesserGod, no
original), onde a atriz surda MarleeMatlin ganhou o Oscar por sua atuação no
filme. E isso também se estende a series, programas de TV, internet e mídias a
fins, o que ajuda a popularizar a cultura surda.
[...] As identidades surdas são construídas dentro das
representações possíveis da cultura surda, elas moldam-se de acordo com maior
ou menor receptividade cultural assumida pelo sujeito. E dentro dessa
receptividade cultural, também surge aquela luta política ou consciência
oposicional pela qual o individuo representa a si mesmo, se defende da
homogeneização, dos aspectos que o tornam corpo menos habitável, da sensação de
invalidez, de inclusão entre os deficientes, de menos valia social. (PERLIN,
2004, p. 77-78).
Semelhante
movimento ocorre no Brasil na década de 1990, inspirado nos manifestos
estrangeiros e, em especial, no bem-sucedido “Deaf President Now”, na
Universidade Gallaudet, quando uma greve de estudantes, que cobravam a escolha
do primeiro reitor surdo em 1988, levou a paralisação dos serviços da
instituição. Em busca da legitimação da Língua Brasileira de Sinais através de
uma lei que garantisse ao surdo o acesso, em sua língua natural, à educação e
demais serviços, criou-se o grupo ativista “Surdos Venceremos”, onde a
participação de artistas surdos engajados foi fundamental para dar visão à
causa da comunidade surda.
Neste
contexto, encontramos, no Brasil, a colaboração da Companhia Surda de Teatro,
que, através de suas peças com temáticas voltadas ao universo do surdo e em
língua de sinais, podia tanto alcançar os surdos não oralizados, como propor a
discussão também para ouvintes. Nelson Pimenta, ator e ativista surdo, ex-aluno
do NTD (STROBEL, 2013: 85) e cofundador da Companhia, em entrevista a Fábio
Brito, descreve suas memórias daquele momento:
[...] a gente cobrava
da forma que podia, com o teatro... Eu percebia que, anteriormente nós
explicávamos sobre o Orgulho Surdo, os direitos dos surdos, mas ninguém
percebia nada, ninguém captava nada que nós quiséssemos falar. Mas o teatro é
muito rápido, é de uma forma visual muito forte. Então eu acho que nós
conseguimos mobilizar através dos nossos militantes e nossa equipe de teatro
[...] A gente queria mostrar que, no teatro, a gente não precisava de fala e
lutávamos em relação a isso (BRITO, 2013: 146).
Entendermos
que a comunidade surda de fato não é só de sujeitos surdos, há também sujeitos
ouvintes – membros de família, intérpretes, professores, amigos e outros – que
participam em compartilham os mesmos interesses em comuns em uma determinada
localização.
A
também diferentes performances na musica com interpretações de sucessos já
conhecidos, como também musicas criadas em línguas de sinais com diversos
estilos, e podemos acompanhar muitos desses sucessos na internet.
Na
dança, através de vibrações, luzes e do contato visual, surdos tem mostrado
espetáculos que mesclam movimento e a poética da língua de sinais.
Poesias
e histórias, fábulas, contos, livros impressos ou digitais, teatro e uma vasta
produção cultural é apenas uma parte do que compõe a comunidade surda.
Militante
das causas em prol da pessoa com deficiência o paulistano, rapper, e artista
plástico; Billy Saga, criou obras que já passaram pelo MAM ( Museu de Arte
Moderna de São Paulo).
E
encontramos artistas com as mais variadas técnicas e temas dentro da arte
Surda, como por exemplo a artista norte-americana Dorothy Frankel.
Dorothy Frankel, Relashionship-Connection. Bronze 2004. Manhattan.
E
obras do fotografo surdo canadenseDennyGuinn, mostram a poesia da língua de
sinais através de suas produções visuais.
Danny Guinn,First light of
summer.fotografia.2015
A música, segundo Strobel, “não faz parte da cultura surda, mas os
sujeitos surdos podem e têm o direito de conhecê-la como informação e como
relação intercultural” (2013: 88). Vemos, porém, que hoje existem surdos que
procuram se envolver com música de diversas formas e, além dos grupos que fazem
uso de instrumentos tradicionais, também existem músicos surdos que compõem
através da percussão no corpo, DJs que fazem uso da vibração das batidas de uma
música transpostas por impulsos eletrônicos para a pista de dança, entre
outros, incorporando a música às suas próprias manifestações culturais. No
teatro realizado por surdos, encontramos ainda mais representantes do que nas
artes plásticas.
Algumas peças, adaptadas para o cinema fizeram um grande sucesso,
rendendo inclusive o Oscar de melhor atriz, em 1987, a Marlee Matlin, surda,
por seu papel em Filhos do Silêncio (STROBEL,2013: 85).
Na dança, além de grupos que atuam a partir de vibração e ritmo, há
também o trabalho de sign dancers,
artistas que aliam a expressão corporal à uma construção poética a partir da
morfologia dos sinais. Existem ainda os poetas surdos que, jogando com os
sinais, apresentam e subvertem a regra formal da língua, estimulando o contato
criativo do surdo com sua língua natural, além de introduzir temas que fazem
parte de seu dia-a-dia (SUTTONSPENCE, 2014).
Um importante nome brasileiro da poesia surda é Nelson Pimenta que criou
e transcriou poemas de outras línguas visuais para a Língua Brasileira de
Sinais. Algumas de suas declamações se encontram no site de publicação de
vídeos Youtube.com. Nesta mesma linha, eventos têm sido promovidos para abrir
espaço para as criações poéticas dos surdos.
É o caso do Slam do Corpo, um sarau de poesias e experimentações
criativas com a Libras, organizado a partir da parceria do grupo
Corposinalizante (MAM-SP), coordenado pelo educador surdo Leonardo Castilho,
com o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos e o Sarau do Burro.
.
Língua de Sinais em Histórias em Quadrinhos
As histórias em quadrinhos são enredos narrados quadro a quadro por
meio de desenhos e textos que utilizam o discurso direto, em geral, publicado no formato de
revistas, livros ou em tiras impressas em revistas e jornais.
É possível remontar aos tipos de registo
pictórico utilizados pelo homem pré-histórico para representar, por meio de
desenhos, as suas crenças e o mundo ao seu redor. Ao longo da história esse
tipo de registo se desenvolveu de várias formas, desde a escrita hieroglífica
egípcia até às tapeçarias medievais, bem como aos códigos/histórias contidos
numa única pintura. A história em quadrinhos é chamada de “Nona Arte” dando
sequência à classificação de Ricciotto Canudo. O termo “arte sequencial”
(traduzido do original sequentialart), criado pelo quadrinista Will Eisner com
o fim de definir “o arranjo de fotos ou imagens e palavras para narrar uma
história ou dramatizar uma ideia”, é comumente utilizado para definir a
linguagem usada nesta forma de representação.
Usar as histórias em quadrinhos para
desenvolver o gosto pela leitura é uma estratégia que vem sendo muito utilizada
pelas famílias e também nas escolas, para desenvolver um leitor crítico e um
importante agente da mudança social. Sendo um recurso visual que chama a
atenção, as histórias em quadrinhos podem ampliar a pratica social da leitura,
e no caso da pessoa surda, que tem o sentido visual ainda mais apurado, é
interessante trabalhar essa ferramenta para o desenvolvimento da aquisição da
língua de sinais.
A aquisição do português como língua, tem
certas peculiaridades quando se trata da educação da pessoa surda, sendo que,
de um modo geral em escolas bilíngues de ensino para pessoas surdas, se aprende
primeiro a língua de sinais como língua matriz e depois se adquiri o português
escrito como segunda língua. Essa característica de se aprender primeiro a
língua de sinais e depois o português escrito, tem influência direta em como a
pessoa surda desenvolve o hábito da leitura para o surdo, aprender o português
é aprender outro idioma, o que torna as coisas mais desafiadoras em relação a
criar um gosto pela leitura. Em sua forma mais simples, os quadrinhos empregam
uma serie de imagens repetitivas e símbolos reconhecíveis.
A linguagem característica dos
quadrinhos e os elementos de usa
semântica, quando bem utilizados, podem ser aliados ao ensino. A união do
desenho e do texto consegue tornar mais claros, para a criança, conceitos que
continuariam abstratos se confinados unicamente a palavra. (MIRAIS, 2009,
p.004).
Quando são usados vezes e vezes para
expressar ideias similares, tornam-se uma linguagem- uma forma literária se
quiserem. E é essa aplicação disciplinada que cria a “gramatica” da Arte
Sequencial (EISNER,1985, p. 8).
Nota-se então a importante tarefa de
produzir matérias em língua de sinais, como por exemplo, uma historia em
quadrinhos, que pode aproveitar bem a ideia de uma língua visual-espacial que é
a língua de sinais para que a pessoa surda tenha contato com livros e revistas,
e posteriormente livros em português, e a combinação desses signos em uma
historia em quadrinhos, seria de ótimo aproveitamento, como sua definição
aponta.
...é uma história contada em quadros (vinhetas), ou seja, por
meio de imagens, com ou sem texto, embora na concepção geral o texto seja parte
integrante do conjunto. Em outras palavras, é um sistema narrativo composto de
dois meios de expressão distintos, o desenho e o texto. (IANNONE, 1994, p. 21).
Através
das “HQs”, como são conhecidas as historia em quadrinhos, que comumente utiliza
o papel como suporte, hoje já a encontramos em novas mídias como, por exemplo,
quadrinhos digitais, e tem-se uma gama de historias e possibilidades sendo
abordadas e dentre essas escolhas de narrativa esta a língua de sinais.
Um
exemplo recente é encontrado na HQ do personagem Gavião Arqueiro da Marvel,
onde nessa história o personagem acaba perdendo temporariamente sua audição por
causa de uma batalha, e o recurso que ele utiliza para se comunicar é a ASL, a
American Sign Language (língua de sinais americana).
MarvelComics. Escrita por Matt Fraction
e arte de David Aja, Hawkeye 07/2014.
Koe
no katachi( a forma da voz ) é um mangá onde o enredo gira em torno de uma
aluna surda transferida para uma escola de pessoas ouvintes, transformando
completamente o ambiente escolar.
- YoshitokiOoima,
Koe no Katachi- Shonem Magazine. 2013
Um
exemplo nacional é o de Lucas, que nasceu surdo e passou a infância em
Florestal, Minas Gerais. Começou a desenhar sozinho, e aos 4 anos de idade já
fazia os primeiros esboços de dinossauros e dos seus super-heróis favoritos. Já
trabalhou com esculturas usando massa de biscuit, mas se rendeu aos desenhos.
Aos 25 anos de idade, começou o curso profissionalizante de desenho na Casa dos
Quadrinhos, em Belo Horizonte, onde entrou no mundo das histórias em
quadrinhos. Atualmente, é estudante de Design Gráfico e publica seu primeiro
quadrinho: Os Três Patetas Surdos.
Fundação Cultural de Curitiba, Lucas Ramon
Alves de Lima Maciel. 2016
A
turma da Monica também contribui, em seu grande elenco de personagens e
produções de caráter social, com histórias que tem como tema a língua de
sinais, onde a turma aprende a se comunicar utilizando a LIBRAS.
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